quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL!!!

Em
2009
cantamos,
trabalhamos,
criamos, vibramos,
sorrimos e choramos,
pensamos em desistir,
caímos e levantamos, tivemos
dias felizes e horas de tristeza, momentos
de sucesso, novidades, algumas decepções,
dúvidas e apreensões, sentimos medo e fomos corajosos,
amamos, tivemos saudades, sonhamos e realizamos muitas coisas.
Vivemos, enfim!...Que o presente de Natal seja a paz de espírito
e o amor nos corações. E que venha 2010, alegre e festivo,
cheio de perspectivas, tão igual ou melhor
do que o ano que finda...
Do tamanho
da esperança de cada um!!!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Natal está aí...

De repente chegou dezembro. E assim como chegou, já vai se despedindo. Muitos encontros, muitos balanços, todas as lembranças e a vida vai cumprindo mais uma etapa. É nessa época do ano que nos tornamos mais propícios às emoções. Talvez porque se acumule em um único mês tudo aquilo que não nos permitimos sentir durante o resto do ano. Apesar de toda a correria, ainda há tempo para apreciarmos uma apresentação de nossos filhos na escola, uma música especial de alguma orquestra muito especial, receber mensagens de carinho, fazer uma doação para quem precise, deixar alguém feliz com um presente inesperado. Tempo de nos deixar sensibilizar pelo envolvimento com outras pessoas, seja em festas de encerramento nos locais de trabalho ou entidades e grupos de que participamos, seja dando um pouco de nosso tempo para trazer alguns momentos de alegria a quem a vida deixou marcas.
Celebrar a vida, isto é o que nos traz tantas emoções. Ver no outro um ser humano que, como nós, atravessa os dias do ano correndo atrás de resultados práticos e às vezes deixa para trás coisas tão importantes como uma conversa amiga, um aperto de mão, um pouco de atenção, na ânsia de não perder tempo. É o momento da pausa para um merecido descanso, o reencontro da família e de amigos. Também para agradecer o que de bom aconteceu durante o ano. E se nem tudo foram flores, mesmo assim precisamos agradecer, pois estamos vivos e cheios de energia para prosseguir a caminhada. Se queremos e acreditamos que podemos, já estamos realizando.
E falando em agradecimentos, neste momento do ano, quero aproveitar para agradecer a todos com quem, de alguma forma, mantivemos contato, através destas linhas. Pessoas amigas, que sempre tão carinhosamente se referiram aos assuntos aqui comentados ou deram valiosas opiniões. Especialmente quero agradecer ao diretor do Jornal A Opinião, Adão Martins, pela oportunidade de ocupar este espaço. E dizer que, mesmo às vezes transgredindo o título da coluna e desviando do assunto “Direito” para outros, nem sempre tão afins, foi uma honra participar deste trabalho de comunicação.
Em 2009 cantamos, trabalhamos, criamos, vibramos, sorrimos e choramos, pensamos em desistir, caímos e levantamos, tivemos dias felizes e horas de tristeza, momentos de sucesso, novidades, algumas decepções, dúvidas e apreensões, sentimos medo e fomos corajosos, amamos, tivemos saudades, sonhamos e realizamos muitas coisas. Vivemos, enfim!...
Que o presente de Natal seja a paz de espírito e o amor nos corações. E que venha 2010, alegre e festivo, cheio de perspectivas, tão igual ou melhor do que o ano que finda... Do tamanho da esperança de cada um!!!

Iara Magajewski Averbeck

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Voar, voei...

Me disseram que falar em liberdade era muito óbvio. Que todo mundo que, de alguma forma, experimenta voar associa o vôo à liberdade. Pois bem, vou falar de outra coisa, então. Da sensação da finitude humana. Sim, porque não é sempre que se pode sentir o quanto somos pequenos frente à natureza e ao mundo, enfim. Somos um grão de areia neste universo e nos sentimos menos que isso, quando podemos ver do alto a imensidão, o azul do céu, a linha do horizonte infinito...
Fiz um vôo duplo de paraglider, no Ferrabraz, no domingo à tarde. O sol forte ajudou a esquentar a cabeça, que andou a mil e o coração aos pulos, no curto espaço do tempo, que parecia ter parado. O vôo durou uma boa meia hora, mas para mim pareceram poucos minutos. Perdi a noção do tempo. Me agarrei às cordas que prendiam o equipamento ao corpo, e o piloto e instrutor Flávio me disse: “não precisa se segurar em nada, não adianta mesmo, já estamos no ar e se vamos cair, não há corda que segure...” Ai, ai, ai, ai, pensei, onde fui me meter? Mas aí, aproveitando o momento, e para me acalmar, lembrei de como nos apegamos a coisas que “não adiantam nada”, nesta vida. Parece que temos que ter a ilusória segurança de algo que nos segure. Mas assim como no ar, no vôo de paraglider, estamos soltos na vida e o que faz a diferença é a direção em que vamos e como nos conduzimos. Algumas coisas podem ser tão influentes como um vento forte, para nos desestabilizar. Poucas coisas podem ser tão decisivas como a convicção sobre qual o rumo ou a decisão a tomar.
Filosofias à parte, é maravilhoso voar. Primeiro a corrida para o nada, depois o salto e aquele friozão na barriga (não é friozinho, viu Barô), mas depois a sensação é de leveza, de ver coisas sob ângulos diferentes, inclusive o nosso belo morro Ferrabraz e a cidade. Saber que lá embaixo se encontram tantas pessoas, cada uma com suas histórias, cada qual com seus desejos e esperanças, tudo visto ou imaginado lá do alto é algo sem explicação... Só sentindo, mesmo.
Muito mais que aventura no ar, fazer algo diferente do que estamos acostumados no dia a dia, pode ser uma boa forma de colocar um tempero a mais, uma emoção diferente em nossa existência. É perigoso? Pode até ser, mas e a vida não é?

Inventário, Separação, Divórcio e Partilhas pela via administrativa

A vida é marcada por acontecimentos que, nem sempre desejáveis, vêm a modificar situações ou estruturas familiares de uma forma ou de outra, com reflexos muitas vezes na esfera patrimonial. Eventos como a morte, a separação ou o divórcio, trazem, além de todo um desgaste emocional e psicológico, a necessidade de enfrentar ainda questões burocráticas. Tanto pela morte, como pela separação ou pelo divórcio, havendo bens, é necessário proceder-se à partilha dos mesmos.
Até bem pouco tempo, o procedimento era, muitas vezes, quase uma verdadeira batalha judicial. A Lei nº 11.441/2007, que alterou dispositivos do Código de Processo Civil, possibilitando a realização de inventários, partilhas, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa, vem facilitar sobremaneira a questão, agilizando os procedimentos e contribuindo para desafogar, pelo menos um pouco, o Judiciário. Para as partilhas “causa mortis” já havia previsão anterior na Lei, mas necessitava-se da homologação judicial. Pois bem, a novidade é que a partir do advento da mencionada Lei, além dos inventários, a separação e o divórcio consensuais também podem ser realizados administrativamente, por Escritura Pública, lavrada no Tabelionato de confiança das partes, e tudo sem precisar do “cumpra-se” do Judiciário.
Porém, há alguns requisitos que devem ser respeitados: a separação e o divórcio devem ser consensuais (amigáveis), não deve haver filhos menores ou incapazes e devem ser observados os requisitos legais quanto aos prazos. Deste modo poderão ser feitos através de escritura pública, na qual deverão constar as disposições relativas ao acordo de partilha e descrição dos bens comuns, eventual pensão alimentícia entre os ex-cônjuges, assim como o acordo quanto à retomada ao uso do nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado com o casamento. A escritura poderá ser levada ao Registro Civil e ao Registro de Imóveis, para as necessárias averbações e registros, sem a necessidade de homologação judicial.
O mesmo ocorre com os inventários, na hipótese de que todos os herdeiros sejam maiores e capazes. Não havendo litígio quanto à partilha de bens, poderá a mesma ser efetivada por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o Registro Imobiliário. Em todos os casos, porém, as partes deverão estar assistidas por advogado comum ou cada uma pelo seu advogado, que deverá ser qualificado pelo Tabelião e assinar juntamente com os contratantes o ato notarial.
Muitas são as vantagens deste tipo de procedimento. A principal delas é o ganho de tempo, pois um processo judicial pode demorar muitos meses, mesmo em se tratando de simples separação ou divórcio sem bens, ou de inventário com poucos bens e sem menores. Poderão alguns relutar, ainda, quanto à utilização da via administrativa estranhando a ausência da intervenção do Juiz ou do Promotor. Ora, não é demais lembrar que para os casos em que todos estão de pleno acordo, o juiz nada mais faz do que confirmar a vontade das partes. Para todos os demais casos em que existam menores ou incapazes envolvidos ou havendo litígio entre partes, o procedimento a ser utilizado continua sendo o judicial.
Contudo, é importante ressaltar que o Direito acompanha as modificações da sociedade, adaptando-se às novas situações e por isso o espírito da nova lei vem atender um antigo anseio tanto dos profissionais do Direito quanto do cidadão: agilidade e desburocratização.

domingo, 22 de novembro de 2009

REDENÇÃO

Era uma vez uma menina que tinha sonhos. Muitos... Não sabia como e se poderia realizá-los um dia. Talvez um deles fosse conquistar o mundo ou que o mundo se deixasse por ela conquistar. Sentia-se preparada e com a vontade dos que tinham certeza de tudo. E o que era o mundo, então? Enorme e cheio de fantasias. Pronto para ser bebido e absorvido, desbravado... Mas a menina foi vivendo e em suas vivências, os sonhos sendo esquecidos ou substituídos por outras necessidades, até que por fim, a menina deixou de sonhar. Deixou de fazer planos, porque a vida estava ali e tinha que ser encarada. Tinha que ser vencida. Havia esperas e expectativas e ela precisava corresponder. Precisava ser mais prática, a vida exigia. Os papéis, as funções pré estabelecidas, as etapas a serem seguidas, todos à sua espera. Quanto tempo passou, quantas vezes chorou e quantas vezes não entendeu mais nada... Quantos mecanismos e personagens acionou. Sua alma criança ainda mantinha, bem escondida, uma esperança de um dia voltar a sonhar. Mas como, se estava sozinha? Como, se o mundo estava a provar-lhe, diariamente, que sonhos eram bobagens? Que não se pode se apoiar em sonhos, precisa-se conquistar coisas concretas. Bem concretas, palpáveis, duráveis, mostráveis, prováveis. E assim, a vida seguia nos trilhos traçados para outros vagões; caminhos abertos por outros e direções que não levavam ao caminho sonhado. E a menina foi acreditando que a vida era assim. Que estava tudo programado, e a programação devia ser cumprida para tudo dar certo. Mas o que é tudo, ainda? Fazer as coisas certas deveria trazer um resultado esperado e a felicidade seria a conseqüência lógica. Mas não foi. Ao invés, o vazio, a carência, a dor não revelada. A sobrevivência perfeita, para quem olhava de fora. A vida se esvaindo com o pulsar da vida por acontecer. Eis que a menina cansou. Pensou em percorrer outras trilhas, mas agora? Cadê coragem, cadê amparos, cadê permissão? E ainda haveria tempo? Sim, haveria... De repente algo a fez despertar. Depois de tanto tempo, um tempo longo demais, a menina começou a ver a vida com um olhar diferente. Dentro dela, a semente que não morreu. A centelha que não se apagou. De repente estava na sua cabeça, no seu coração, seus braços abertos, suas mãos regeneradas e seus pés que passaram a caminhar por outras sendas. Improváveis, impalpáveis, sem garantias. Todo seu ser ressurgiu do nada. E num movimento contrário ao esperado, ousou sonhar de novo. Se colocou ao caminho desafiador do seu momento. A direção desejada, escolhida e ansiada, talvez nunca pensada. A sua direção. Não foi entendida. Estaria delirando, a menina? Ficou confusa a se questionar: é isso mesmo? “O que estou fazendo comigo?” passou a ser a pergunta que não queria mais calar. Mas o seu coração lhe dizia que estava ficando feliz. Feliz com a busca empreendida, com a oportunidade permitida a si mesma, mesmo sem saber onde irá chegar, ou se irá chegar. Não saberá, não precisa saber, ainda. Basta realizar o movimento em perfeita harmonia com a essência buscada. Não há um final previsível, mas apenas desejado, buscado, possível. E haverá final, afinal? Se houver, será construído e será verdadeiro, coerente com suas possibilidades. Suas e não de outros... Os sonhos são isso: também fazem acontecer o real, o legítimo, porque fruto do próprio descobrimento, do conhecimento que se encontra na profunda essência da alma, tantas vezes subjugada e desconectada do verdadeiro sabor da vida...
Iara Magajewski Averbeck

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

PERSISTIR NO CAMINHO

“O homem que decide parar até que as coisas melhorem, verificará mais tarde que aquele que não parou e colaborou com o tempo, está tão longe que jamais poderá ser alcançado.” Este pensamento, de autor desconhecido, nos faz refletir sobre como às vezes algumas coisas se tornam difíceis e nos fazem cair na tentação de abandonar tudo ou esperar, “dar um tempo”.
Mas a experiência nos ensina o contrário. Basta olharmos à nossa volta, não precisa ir muito longe, e abrir nossos olhos para ver: as pessoas de verdadeiro sucesso há quanto tempo estão na batalha? Dois dias? Uma semana? Seis meses? Um ano? Talvez 20, 30 ou 50 anos? A impaciência faz perder a esperança. Evidentemente, muitas vezes a demora traz prejuízos. Mas estou falando de não desistir durante a “demora”. A persistência é uma grande ferramenta para quando tudo e todos estão a dizer que não vale mais a pena continuar.
Entre tantos setores da vida e do mundo, especificamente no campo do Direito, há que se ter uma paciência infinita. Não só o cidadão comum, mas também os advogados, juízes, promotores e demais profissionais da área. Quantas e quantas vezes tomamos conhecimento do que verificamos ser uma injustiça. E quanto tempo leva para essa injustiça ser reparada? Às vezes uma vida inteira.
Há processos que se arrastam por anos a fio. Culpa de quem? Dos advogados que não “tomam providências”? Dos juízes que “não dão jeito”? Da falta de servidores? Talvez a culpa seja da burocracia ou do “sistema”? Não importa. O que quero dizer é que aquele profissional que decidiu abraçar a carreira jurídica, seja qual for sua área de atuação, se não estiver “fortemente armado” de perseverança, paciência e determinação desistirá de tudo na primeira vez em que não conseguir resolver as coisas de um dia para o outro ou da noite para o dia.
O Direito também é um exercício diário e constante da perseverança e da fé na Justiça.

Iara Magajewski Averbeck
iaraaverbeck@gmail.com

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Mar conversou comigo

Conversei com o mar
E mais que falar, fiquei a ouvir
Os segredos que ele tinha prá contar...
E o mar me falou da vida
De muitas coisas que fazem diferença
Do que pode ser e será
Falou do amor, da coragem e da saudade.

Depois, sem eu precisar pedir, ele me ouviu.
E entendeu os meus medos,
Entendeu minhas palavras não pronunciadas
E meu coração angustiado.

Mergulhei em suas águas,
Me perdi nos seus sabores,
Compreendi seus temores
Senti seus humores e sonhei os seus sonhos.
E, então, encontrei minha vida
E entendi que vida é amar-te...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

“O que é que ela tem de mais, do que eu não tenho?”

Meio de vez em quando, vou dar uma caminhada no “valão”. Daquelas prá tentar colocar o físico em forma e espairecer um pouco. Nessa época primaveril mais pessoas tem tido a mesma idéia. E aí, quem caminha só, pode ouvir aqui e ali comentários, pedaços de conversas, enfim, é inevitável ouvir um pouco de tudo. Numa dessas, no domingo à tarde quando andei por lá, passaram por mim duas mulheres e não pude deixar de escutar uma frase dita por uma delas: “o que é que ela tem de mais, do que eu não tenho?”. Foi uma frase carregada de emoção, dita com certa angústia, lá do fundo da alma, e foi isso que me chamou a atenção. Se não me equivoquei em minhas conclusões, tratava-se do final de um relacionamento, onde uma procurava consolo no ombro da amiga, queixando-se de ter sido trocada por outra.
Como a divagação também é uma ginástica (mental), fiquei a imaginar que este é um típico caso a vir parar nos escritórios de advocacia. E fiquei pensando o que nós, advogados, poderíamos fazer numa situação dessas? Partilha de bens, guarda de filhos e pensão alimentícia são quase que fórmulas matemáticas. Já vem preestabelecido na Lei o que cabe a cada um, os direitos e obrigações de cada qual. Basta termos um pouco de habilidade para conduzir um acordo, ou senão ingressar com a competente ação judicial.
Mas o que fazer com o coração partido? O que dizer para esta pessoa que saiu ferida em sua auto estima e que talvez ainda não esteja conseguindo olhar com isenção para os motivos que culminaram nesse desenlace?
Psicólogos e terapeutas, socorro! Um profissional do Direito, mesmo que seja muito bem treinado em mediação familiar ou nas artes de aconselhamento, não conseguirá atingir o âmago, o “x” da questão. Não porque não queira, mas porque sua matéria prima de trabalho é a lei, a proteção de direitos e a solução juridicamente possível para a questão.
Resta a interrogação, a pergunta não respondida. O que ela tem? O que eu não tenho? Como se pudesse existir uma única resposta certa para tudo... Como se alguém tivesse o poder de apresentar uma verdade incontestável que abrandasse o sofrimento...

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA – UMA NECESSIDADE

Você tem escritura do seu imóvel? Já parou para pensar o que significa isso? Quais os problemas que podem advir de não se ter um imóvel registrado?
Comecemos do princípio: a escritura é como que a certidão de nascimento ou a identidade do imóvel. Prova a existência do mesmo e a titularidade (quem é o dono). Também, pelo princípio da continuidade registral, demonstra o histórico das sucessivas transmissões do imóvel.
Se você vai construir e para isso necessita obter um financiamento, qual a primeira coisa que o agente financeiro vai solicitar? O título de propriedade, ou melhor, a escritura registrada. Se necessita dar garantia em alguma operação bancária ou vender o imóvel, como vai provar que aquele pedaço de chão é seu mesmo?
Padecemos, em Sapiranga, de um grande problema. Estima-se que mais de 80% dos imóveis não constam da tábua fundiária, quer dizer, não possuem registro junto ao Registro de Imóveis. Assim, vão se realizando transações e mais transações na base dos contratos de gaveta, ou às vezes nem isso. Os contratos particulares, apesar de terem seu valor no campo do Direito das Obrigações, não tem o valor probante de uma escritura pública registrada. Transmitem a posse, mas não dão a propriedade sobre a coisa. Pelo sistema adotado no Brasil, a propriedade só se adquire mediante o registro do bem junto ao Cartório do Registro de Imóveis. Pode-se dizer, então, que se você só tem contrato, não é proprietário de seu imóvel, mas apenas possuidor de direitos e obrigações sobre o mesmo.
O que acontece irremediavelmente nesses casos é a necessidade de se ingressar com ações de usucapião, a fim de regularizar a situação jurídica dos imóveis do qual se é apenas detentor da posse. A Usucapião é um processo judicial e como tal precisa cumprir certos trâmites legais que o tornam dispendioso e demorado.
E qual o motivo de tanta irregularidade? Dentre várias razões, poderíamos citar uma prática bastante comum até algum tempo atrás. Algumas pessoas que possuíam grandes áreas de terras elaboravam um mapa dividido em lotes e saiam vendendo terrenos, com o pagamento do preço de forma parcelada, sem implantar a infra-estrutura necessária ou se preocupar com a parte legal, a regularização junto aos órgãos competentes. Obviamente, o custo para a implantação de um loteamento não é pouco, o que implicaria em um lucro menor com as vendas. Os compradores, por sua vez, deixavam de exigir a escritura, ou obtinham a promessa de que esta lhes seria passada no momento da quitação do preço. O tempo foi passando e, sem a fiscalização necessária, as situações foram se consolidando e o loteador acabava vendendo todos os lotes, sem que tivesse havido o registro do empreendimento.
Hoje, com uma fiscalização mais rigorosa tanto do Ministério Público, como das Prefeituras, o quadro aos poucos está mudando. Mas o que foi feito no passado, ainda se reflete na atualidade. Centenas de imóveis sem registro, bairros inteiros sem a infra-estrutura completa.
As conseqüências disso para um Município são graves, uma vez que implica, muitas vezes, em o próprio Município ter que assumir custos com regularização e a implantação de infra estrutura faltante. Sem falar na dificuldade para se organizar um cadastro confiável e efetivo da área urbana. Para os donos de imóveis adquiridos nessas condições, resta o ajuizamento da ação de usucapião, única forma de se tornar proprietário de direito de algo que já é seu de fato.
Pendentes de regularização vamos encontrar, ainda, muitos edifícios, assunto que será abordado numa próxima oportunidade.

domingo, 25 de outubro de 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Ah, andar andei...

O que é esse fogo que queima e arde sem se ver, ferida que dói e não se esquece, caminho que se encontra e não se segue?
Não temos certeza de nada e talvez aí resida a beleza da vida. A surpresa do próximo passo, a curiosidade de ver o que virá depois. A espera silenciosa... Somos passageiros, sim, estamos em plena viagem. Importa apreciar a paisagem, usufruir da companhia de outros viajantes. Temos todos o mesmo destino?
A humildade, a confiança, o desapego e a gratidão são quatro pilares que nos sustentam e que fazem a viagem da vida ser mais bela. As pausas no caminho também são necessárias. Precisamos alimentar a alma, o espírito; perdoar e ser perdoados. E acreditar que o amanhã será pleno, porque o hoje foi bem vivido.
“Ame a realidade que você constrói e nada deterá o seu vôo.”

sábado, 17 de outubro de 2009

www.qualquercoisa.com = Internet nossa de cada dia

Há alguns anos, não muitos, quem diria que poderíamos desfrutar desta maravilha eletrônica? Sim, maravilha, e que me perdoem os resistentes ou descontentes, mas a comunicação deu um salto sem precedentes com a rede mundial de computadores ou Internet.
Atire a primeira pedra quem não dá sua espiadinha básica, diária ou semanal que seja, na caixa de mensagens do correio eletrônico, ou nas redes sociais (orkut, facebook, twitter). Isso sem falar na mais prática e barata de todas as linhas diretas, o Messenger (MSN), Skype e outros, nas notícias da hora e do minuto postadas incessantemente nos sites de jornalismo, blogs, etc, etc, etc...
Encurtaram-se as distâncias, tudo é em tempo real. Ninguém mais vive isolado. Portadores de necessidades especiais tem todo um universo de possibilidades a garantir sua inclusão no mundo virtual. As crianças, por incrível que pareça, aprendem a teclar antes de aprender a ler (já nascem sabendo, diriam alguns). Quer saber a definição de algo, onde encontrar um endereço, uma pessoa, um produto? É só digitar no Google. Dúvidas, nunca mais! Acesse e seja feliz...
A publicidade então, nem se fala. Tem de tudo e mais um pouco.
Pagar contas sem sair de casa, verificar saldos e movimentar contas bancárias, bloquear talões, pesquisar um assunto para a aula, encontrar e conversar com alguém que foi embora para muito longe, procurar uma música ou filme antigo, divulgar idéias, votar... (isso também?) Nós, advogados, “navegamos” a procura de jurisprudência, novas leis, a movimentação processual do dia, ingressamos com processos virtuais, quando antes era necessária toda uma logística e um alto investimento na aquisição de livros e códigos.
Mas como toda moeda tem dois lados, é preciso ter cuidado com os exageros e com os mal intencionados. Infelizmente, com toda a inovação, inovaram-se também os métodos para a prática de atos ilícitos e toda a sorte de falcatruas e invasões de privacidade. Também é importante lembrar que o mundo real continua existindo!
Afora isso, não há melhor ferramenta de trabalho em qualquer área que se imaginar. Que o digam os cientistas, os professores, os médicos enfim, todas as pessoas que viram nascer esta maravilha do mundo moderno, sem esperar que se tornaria o que se tornou. É um produto da inteligência humana e como tal deve ser admirado e utilizado para o progresso da humanidade, não esquecendo nunca que o controle está nas mãos do homem.
E por falar em ferramenta, criamos uma comunidade no orkut, em homenagem ao nosso jornal, a comunidade “Amigos fãs do jornal A Opinião”, da qual convidamos todos a participarem. Afinal, não custa nada e não faz mal nenhum dar um pitaco na modernidade...

Iara Magajewski Averbeck

domingo, 27 de setembro de 2009

E OS IDEAIS?

Para início de conversa saí perguntando a uns e a outros: para você, o que significa um ideal? Eis algumas das respostas: a coisa perfeita pra mim; o necessário; viver bem; ter coisas; alguns falam em objetivos, outros em utopias, coisas nem sempre atingíveis. Tem aqueles para quem ideal é a realização de um sonho. Então, o que é mesmo um ideal? São tantas e tão particulares as definições. Por uma questão de curiosidade, fui me socorrer na maior enciclopédia de todos os tempos, ao alcance da mão: a Internet. Aí encontrei o seguinte conceito extraído de uma aula de Introdução à Vida Intelectual, ministrada num Seminário de Filosofia, de setembro de 1987: “Denomina-se "ideal" a síntese em que se fundem, numa só forma e numa só energia, a idéia do sentido da vida e a do preço de sua realização: diz-se que um homem tem um ideal quando ele sabe em qual direção tem de ir para tornar-se aquilo que almeja, e quando está firmemente decidido a ir nessa direção.”
Temos aí algumas palavras chave como “sentido da vida”, “preço”, “realização”, “direção” e “decisão”. E se vamos continuar divagando, iremos perguntar: o que é o sentido da vida? Qual o preço que estamos dispostos a pagar por um ideal? E de pergunta em pergunta procuramos, dentro e fora de nós, respostas, talvez difíceis de encontrar.
Em um paralelo com os papéis que exercemos na vida, poderíamos dizer que ter um ideal é agir, caminhando em direção a algo que nos faça vibrar (o tal de verdadeiro sentido da vida). E caminhar com decisão, isto é, convencidos de que estamos empenhando nossos esforços e dirigindo nossas ações em busca de um objetivo maior. Ainda, por verdadeiro sentido da vida entendamos que não seja algo que nos dê um prazer passageiro e muitas vezes egoísta, mas aquilo que nos move a sair de nós mesmos e procurar o próximo...
Tudo muito bonito e muito ideal, mas no mundo em que vivemos, ainda cabem ideais? O que se vê, na realidade, é a busca constante por satisfações cada vez mais imediatas. Não é muito comum o fazer planos a longo prazo, como um objetivo a ser conquistado e a ele e por ele dedicar a vida. As conquistas são mais rápidas. Necessidade/satisfação imediata parece ser o binômio da felicidade. Não é saudosismo de uma época, porque não se pode cair na facilidade de dizer que tudo “antigamente era melhor”. Não era. Era apenas diferente. Mas isso também não vem ao caso, de momento.
A questão dos ideais pode ser uma coisa muito pessoal de cada um. Ninguém conseguirá abrir a cabeça do outro e colocar ali dentro um ideal. Ideal é assim: ou se tem ou... não se tem. E devemos respeitar isso. Mas no meu modo de ver as coisas, ideais fazem falta. Ideais são sementes. É aquilo que nos impulsiona para o futuro, com esperança e também aquilo que nos faz ver que o passado valeu a pena.


Iara Magajewski Averbeck

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ideais e papéis

Por que uma advogada, que gosta de escrever, não escreve apenas sobre assuntos jurídicos, ao invés de se bandear pela seara da filosofia e afins? Não há uma resposta definitiva. O fato é que nesta vida desempenhamos tantos papéis, que às vezes nem nos damos conta do que somos capazes. Tudo se resume a papéis. Alguns exercemos bem, outros nem tanto. Ser pai ou mãe é um papel perante a família, assim como ser médico, advogado, professor ou policial é o papel de alguém diante da sociedade. Temos o papel de filho, como também o de vizinho, estudante, amigo, irmão, colega, chefe, enfim... O que fazemos e com quem interagimos é um “papel” que desempenhamos naquele momento. Não se trata de simplificar as coisas, mas se pararmos para pensar, não é um fato?
Quantos papéis temos, ao longo de nossa vida? Quantas faces são necessárias para que nos desloquemos por entre todos os compromissos e atribuições diárias? Muitas faces, muitos papéis... Um a um, devem ser cumpridos. E, percebam, muitas vezes, diversos papéis ao mesmo tempo. O indivíduo pode pertencer a diversos grupos e em cada grupo exercer um papel. Por vezes, pode haver tantos papéis e tão diferentes entre si que, executados pela mesma pessoa, poderão proporcionar oportunidades para um conflito em potencial. A flexibilidade e a capacidade de ajustar-se a mais de um grupo fará com que sejam enfatizados os aspectos favoráveis de um papel, bem como elaborados os pontos mais controvertidos ou dissonantes. Por isso, nem sempre a principal ocupação de alguém é o seu papel principal nesse mundo.
Aliás, no palco da vida há que se aprender a atuar. Não há ensaio, é tudo ao vivo. Pode haver improvisos, mas é preciso um roteiro e cada um faz o seu. A crítica? Sim, ela existe, é outro papel. Como também a platéia. No frigir dos ovos, todos são atores e todos são espectadores. Então, o mundo é um grande palco e a vida o maior enredo.
E os ideais? Bem, isso é conversa para a próxima semana.

sábado, 12 de setembro de 2009

A lição da bromélia

Certa vez, ganhei uma bromélia de flor amarela. Deixei-a no vaso original e por muito tempo a flor resistiu. Passou o verão e o tempo da flor também. Pensei, então, em cuidar das folhas até que, na próxima estação, no próximo ciclo, a flor se abrisse novamente. Na ânsia de mantê-la viva, colocava água quase todos os dias. Estranhamente, a planta parecia regredir: algumas folhas murchavam, outras ficavam enroladas e se soltavam. Decidi que deveria transplantá-la para o solo ou para um vaso maior. Venceu o vaso. Quando fazia a operação de salvamento, ao retirar a bromélia do pequeno vaso onde estivera até então, notei a terra encharcada e as raízes, mais uns poucos dias, apodreceriam. A planta morreria. Ufa! Bem na hora, pensei.
A lição vem agora, no melhor estilo Paulo Coelho. Quantas vezes, pensando cuidar ou proteger alguém dedicamos tanto amor que sufocamos, ou melhor, afogamos a pessoa, deixando-a sem espaço, sem opção para firmar suas raízes, suas próprias convicções e escolhas? Pensamos que impondo amor (regando muito todos os dias), vamos ajudar, e, no entanto, não percebemos que as pessoas, assim como as plantas, tem seu próprio tempo. Precisam de tempo e espaço próprio para absorver o que percebem e recebem. Tempo para se desenvolver... A falta de amor, como a falta de água matam. Mas o contrário também é verdadeiro: todo o excesso afoga, sufoca e pode destruir. E amor mesmo, não se impõe.
Fico observando a plantinha. Está se recuperando. Coloquei-a debaixo de uma árvore, onde a sombra e os raios de sol se revesam. Não quero mais oprimi-la, só para tê-la perto de mim. Por mais linda que seja, posso olhá-la e amá-la de longe também, regando só o necessário. E agora já criou novas folhas, diferentes daquelas que antes existiam. Criou o seu próprio formato, sem perder a beleza. E segue o seu ritmo, no caminho que a Natureza oferece. Eu, meio de longe, vou acompanhando... E me sinto feliz, só pela sua existência...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Viajar é...

Já dizia o poeta Mário Quintana que “viajar é mudar o cenário da solidão”. E é. Nascemos sós e morremos sós. No meio disso nos iludimos de que estamos acompanhados. De fato, podemos até estar, mas isso não nos retira da solidão. O único diálogo verdadeiro é aquele que temos com o nosso eu. As maiores batalhas que travamos são interiores. Das janelas da alma vemos tudo e tudo percebemos. E a partir daí, interagimos. Então, trocamos solidões. Viajei para ver minha vida de longe. Não vi de longe, vi de muito perto. Vi aquilo que realmente importa. Descobri que, de longe, se pode ver melhor, mas o que vai dentro de nós nos segue para sempre e para onde quer que vamos.
Viajei...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A ética e a sobrevivência

Vale tudo. Estamos num tempo em que ninguém mais respeita nada. Convicções, regulamentos, ideais e até sentimentos ficam em segundo plano. Tudo em nome da sobrevivência, ela sim vem em primeiro lugar. Alguém depende de mim? Problema dele. Eu dependo de alguém? Bem, aí a coisa muda de figura. Aí é preciso agradar... As coisas mudam e no politicamente correto tudo se espera. A mais valia ainda persiste e entenda-se por mais valia aquilo que me favorece de qualquer maneira, não só economicamente. Fica o dito pelo não dito, o que era ontem, já foi mesmo. Então para que?
Se posso manter as aparências, para que interiorizar? Ninguém está vendo. É burrice daquele que ainda acredita, pensar que o mundo está ficando ético. Só nas falácias. Quando os rótulos são bonitos, pouco importa o conteúdo ou a fórmula. O sorriso vem fácil quando se vislumbra um interesse, mas a cara feia e uma grande sobriedade tomam lugar quando o assunto é lealdade. E por debaixo do pano, o que pode e o que não pode fazer? Infinitas possibilidades. Um puxando o tapete do outro, esperando só uma brecha para ocupar o lugar daquele. Interesses ocultos comandam iniciativas e menospreza-se o poder de raciocínio dos simples mortais.
Os defeitos e pecados dos outros pulam aos olhos, mas eu? Eu não tenho defeitos! Quando muito, algumas dificuldades, mas todas justificáveis. E pecados, então, bem capaz! Se os tenho, ninguém vê porque estão devidamente disfarçados ou desculpados, sim porque para mim sempre há uma justificativa. E se justificativa não há, cria-se uma máscara de indignação, mas com a atitude alheia, “onde já se viu?”. Maquiados pelo belo discurso do “comigo não!” seguimos ditando regras, as nossas regras, sem esquecer de que todas elas são revisáveis no momento certo. E a ética, essa pobre senhora, já não sobrevive mais, perambula e, cambaleante, procura um alento, um abrigo, sem perceber que a humanidade também a persegue por caminhos outros que, quiçá, irão se cruzar.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Às vezes é difícil, mas a vida nos ensina...



Brincar de Viver


Maria Bethânia
Composição: Guilherme Arantes

Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
E redescobrir seu lugar
Pra retornar

E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar
Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não

Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer, ninguém é o centro do universo
Que assim é maior o prazer

Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não

E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho
Como eu sou feliz, eu quero ver feliz
Quem andar comigo, vem

Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sintonia das almas

As almas se entendem. Essa é uma teoria que tenho. Pode ser loucura, e talvez seja mesmo. Mas as almas se entendem. Algumas só. Não precisam de palavras, se entendem em outro plano, aqui na Terra mesmo. Alma não tem idade, não tem sexo, não tem cor. Tem desejos. Tem afinidades. Tem sonhos. Estão lado a lado, mesmo que longe fisicamente os corpos. Dançam o balé das vibrações, se encontram, se fundem, para depois seguir. E retornar e se reencontrar. E ajudar-se mutuamente a cumprir uma missão. Lembrar-se que a vida é muito mais do que vemos.
Sim, as almas se entendem... E aí nascem as amizades. Senão, o que dizer de quando completamos a frase que o outro iniciou? Ou quando, sem saber, fazemos planos parecidos, temos idéias e gostos semelhantes e nos encontramos em mesmas decisões?
Já dizia com propriedade o poeta “o que importa é ouvir a voz que vem do coração...” E o que importa também é que amizade não tem pré requisitos, e nem há escolas para formação de amigos. Não tem lógica? E a gente escolhe os amigos, por acaso? Pode até escolher companhias, parceiros, marido, mulher, mas me desculpem, amigo a gente não escolhe. Amigo acontece. De repente, do nada, uma palavra, um olhar, uma gentileza. E daí o companheirismo, a partilha, o bem querer. Dessa parte em diante, aí sim, é escolha. Escolha de manter viva a amizade, de falar o que deve ser falado sem não me toques, de ficar ao lado do amigo para o que der e vier.
Pense num amigo muito querido. Lembra a data em que se tornaram amigos de verdade? Percebe que parece que vocês se conhecem desde sempre? Que as lembranças de um se confundem com as do outro, mesmo que não tenham acontecido junto. Sabe por que? Porque, como eu disse, as almas se entendem. Especialmente as almas de amigos se entendem. E entendem os porquês um do outro e as emoções sentidas e vividas, até sem dizer palavra. A presença de um deixa o outro à vontade em qualquer lugar, extrapolando os limites do tempo.
“Amigos são irmãos que a vida nos deu para caminhar conosco ao longo de nossa jornada...” Neste Dia do Amigo, deixe-se envolver pelo carinho que a amizade faz sentir e num instante de gratidão a Deus, abrace forte, feche os olhos e ouça os corações batendo: são sinais. Sinais de que a vida vale a pena, quando se tem um amigo.

sábado, 11 de julho de 2009

Construindo espaços de felicidade...

Como última atividade do semestre, na cadeira de Filosofia, foi proposta a seguinte questão: como ressignificar os valores de modo a construir, de um lado, possibilidades de uma cultura de respeito a si e ao outro – suporte de uma convivência solidária – e, de outro, um sentido para a existência?
A conclusão foi que a palavra chave mesmo é “valores”. Como buscá-los e como encontrá-los num mundo tão superficial e tão voltado à satisfação imediata de tudo? Onde muito pouco se dá atenção à dignidade, à moral, à ética, a solidariedade, enfim. Penso que é necessário recuperar-se o sentido verdadeiro do “ser”. Para tanto é preciso investir tempo e intenção, pois entendo que o querer ser uma pessoa melhor já é um começo. Desvincular-se um pouco do imediatismo das coisas e priorizar a reflexão. È claro que no mundo em que vivemos é difícil encontrar espaço para a reflexão, mas é uma opção de cada um. Assim como temos liberdade de escolha para tantas outras coisas.
Também é necessário um mínimo de coragem para se colocar no mundo como um ser pensante e não apenas repetidor de costumes ou fórmulas que deram certo. A pressão social e econômica é grande, mas precisamos manter o foco. Se chegarmos a, pelo menos, questionar as ações e os padrões ditos normais ou usuais, já estaremos buscando uma ressignificação de valores e com isso estabelecendo novos parâmetros.
A existência passa a ter sentido quando encontra um eco de felicidade em seu semelhante. Por isso, não basta nos reconhecermos dignos e respeitados se nosso semelhante não o for. È um entrelaçamento de convivências que, utopicamente talvez, seria o ideal de sociedade.

domingo, 28 de junho de 2009

O horóscopo e o sonho

Nada melhor do que, num domingo de manhã, sentar ao sol com alguma leitura e um chimarrão. A leitura pode ser, eventualmente, o jornal do dia. E nele lá está o horóscopo que eu, como católica, nem deveria olhar. Mas olho. Não que eu acredite em previsões, mas uma olhadinha só não faz mal a ninguém e muitas vezes nos faz pensar. E foi assim que li, hoje, que “a maior parte das mudanças que estão atingindo sua vida não dependem de você”. Ou seja, a minha vida. Daí, me preocupei. Por duas coisas. Primeira: se não dependem de mim, dependem de quem? Segunda: então, nada do que eu fizer ou decidir vai ter algum efeito? Bom, se era para pensar, tem aí um bom material.
E nessas divagações lembrei de dois sonhos que tive há poucos dias, que uma amiga chegada a assuntos psicológicos e holísticos me ajudou a interpretar. Sonhei que cheguei perto de um barranco que ia dar num rio e resolvi pular para a outra margem. Acontece que depois de pular vi que a outra margem era tão distante, mas tão distante que eu jamais a alcançaria com meu pulo. E que eu estava tão alto que a queda seria inevitável. Comecei a cair no vazio, com aquela típica sensação de cair em sonhos, quando de repente fiz um esforço e consegui cair perto da margem de onde fui nadando até sair. Minha amiga holística me disse: você não costuma usar pontes? Por que para atravessar o rio, você não procurou uma ponte?
Me fez pensar o óbvio. Será que ando querendo pular etapas? Talvez na ânsia de chegar ao outro lado, na vida real leia-se aos meus objetivos, estou dando saltos muito impossíveis? Então seria o momento de rever tudo, ou recomeçar indo devagar e sem grandes saltos no vazio? Eu, sempre parecendo ou querendo ser tão sensata, não vi isso antes? Que existem alternativas. E me dobro às evidências, tenho um caminho a percorrer, um caminho que só eu posso trilhar. Mas um caminho a ser percorrido sem pressa de chegar ao “outro lado do rio”, meditando e vendo a vida mais devagar, com todas as suas nuances e principalmente construindo e atravessando pontes.
Num outro sonho, anterior a este, sonhei que estava num lugar com umas pessoas, num morro de terra que começou a desmoronar. Eu via pessoas e um padre idoso caindo e sobre ele um monte de pedrinhas. Daí fugi, morro acima. Era tipo um barro vermelho e havia uns buracos. Eu precisava achar uma saída. E via, pelos buracos (muito pequenos) que tinha alguém do outro lado me esperando. Parecia uma professora e mais algumas pessoas. Tentei cavar com as mãos, mas era muito pequeno para eu passar. Comecei a colocar a mão por baixo e levantar a terra e ela ia se abrindo e aumentando o buraco e aí eu poderia passar. Isso ia me dando um alívio, um ar puro, mas eu tinha que ir tirando a terra daquela maneira, com minhas mãos, abrindo caminho.
Depois desse sonho fiquei pensando, no tumultuado dia, se não era isso a me esperar. Abrir meu próprio caminho. Mais uma vez minha amiga holística veio em meu socorro e disse achar que a vida devia estar me dando um cansaço (querida ela). Por que, abrir buraco com as mãos até que se possa respirar! Interessante o fato de a professora estar esperando do outro lado. Quem seria ela? O que representa uma professora? Sabedoria? Seria essa a busca? O que seria o padre velho rolando e caindo pedrinhas em cima dele? Seria enterrar velhos preceitos e maneiras para encontrar a espiritualidade? Talvez o sonho se remeta apenas a uma busca pela espiritualidade, trocar o velho por uma maneira nova de entender o Divino.
De qualquer modo, cavando buracos e abrindo caminhos com as próprias mãos ou procurando pontes, penso que devo acreditar mais nos meus sonhos do que no horóscopo. O horóscopo, à falta de coisa melhor, serviu para dar o pontapé inicial nessa filosofia toda. A força de vontade para buscar soluções, construir pontes para atravessar ou atravessar as já construídas, depende de mim. Isso não é novidade, mas fica meio esquecido até que num sonho a gente entenda o recado. A vida é entrelaçada a todos com quem convivemos e nossa individualidade fica muitas vezes escondida e outras vezes confundida, mas não se pode abrir mão do livre arbítrio, de sermos nós mesmos a nos conduzir pelos caminhos que a vida nos apresenta. Ou não?

sábado, 27 de junho de 2009

Muitas vezes nossa maior qualidade pode ser também nosso maior defeito.

Homens sérios

Está em pauta uma frase pronunciada pelo padre Thomassin em recente seminário pela segurança, realizado em Sapiranga: “se os homens de bem nada fizerem, os maus o farão”.
Paralelamente, o professor Cristiano Max, da Feevale, ensina que existem três tipos de personalidades criativas: o perfeccionista, o pragmático e o visionário. Resumidamente: o perfeccionista é aquele que executa, o que gosta de fazer as coisas e vê-las sendo realizadas. Vive o tempo presente e vai resolvendo os problemas de execução. O pragmático é o planejador. Porque se vale de suas experiências, relaciona-se com o passado, mas sabe antecipar os acontecimentos. O visionário, por sua vez, é o sonhador, aquele que planeja o futuro, o que vai acontecer daqui a alguns anos.
Cada tipo possui, contudo, um lado negativo. Assim, o perfeccionista/executor tende a acreditar que ninguém faz melhor do que ele; o pragmático/planejador pode virar um burocrata, porque não imagina que algo vá dar certo sem planejar e desse modo não deixa as coisas fluírem; e o visionário pode se tornar imperativo, muito categórico.
O ideal seria que todos tivessem um pouco de cada um dos tipos, e realmente existem algumas pessoas que são assim. Mas a prática demonstra que as pessoas costumam ter um traço dominante. E que, fatalmente, todos temos características de pelo menos um dos tipos.
Postos estes dados, cabe uma reflexão sobre a importância do trabalho em equipe, ou seja, realizado com a colaboração de vários tipos de personalidades criativas, com suas nuances positivas e negativas. Imaginem, um dos integrantes do grupo sonhando soluções para um futuro próximo, outro planejando as ações necessárias e um terceiro executando! É o máximo da eficiência ...
Isso pode ser aplicado aos mais diversos empreendimentos, sejam públicos ou privados. A variedade de tipos envolvidos na consecução de um projeto o tornará viável. E assim, com essa riqueza de material humano e ferramentas de trabalho, não há como “nada fazer”. A interação entre os diversos participantes de um projeto ou de um empreendimento, fará com que se criem as condições necessárias para o surgimento de bons resultados.
E os “homens sérios” que reclamam de que nada está sendo feito para modificar a realidade atual tem a oportunidade de participar, de contribuir, uma vez que a diversidade aponta para a solução. Mas nada acontecerá e nada será feito se continuar havendo acomodação, a pretexto de ficar esperando que os outros façam sua parte. Ou ficar apenas criticando ações que não deram certo. Talvez não deram certo porque faltou sua participação; talvez faltasse um dos tipos de personalidade criativa para “deslanchar” o negócio.
No cenário atual, muito se fala de que falta envolvimento de pessoas de bem no que se refere a causas sociais, política e outras áreas, o que dá margem e oportunidade aos “maus” de atuarem livre e impunemente. Pois bem, a meu ver isso é verdade. Sobram críticas aos que pelo menos tentam interferir de alguma forma no desenrolar dos acontecimentos e não faltam aqueles que dizem “isso não é para mim”. É para quem então? Para os escolhidos, talvez? Que escolhidos? Por quem escolhidos? É de se perguntar, ainda: será que eu, pelo menos, escolho?
É muito mais fácil proteger-se atrás da condição de cidadão-honesto-e-trabalhador-que-nada-pode-fazer do que dar sua cara a tapa, abraçando uma idéia, uma causa. É óbvio. Mas será que é correto? Que seriedade é essa, “homens sérios”, que passa despercebida pelo envolvimento com as coisas de seu tempo e pela dor do irmão e se escusa de se incomodar, de realizar ou pelo menos dar sua parcela de contribuição para transformar a realidade em que vivemos em algo mais humano e sustentável?

Iara Averbeck

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Se faltarem palavras...

Se faltarem palavras, no dia dos apaixonados, dedique uma música a alguém, como esta de Oswaldo Montenegro. A letra é esta. A música você ouve no http://www.youtube.com/watch?v=szZANoqGXhg

Por Brilho
Oswaldo Montenegro

Onde vá
Onde quer que vá
Leva o coração feliz
Toca a flauta da alegria
Como doce menestrel

Onde vá,
Onde quer que eu vá
Vou estar de olho atento
A tua menor tristeza
Ou no teu sorriso fugaz
Onde vá
Vá para ser estrela
As coisas se transformam
E isso não é bom nem mau
e onde quer que eu esteja
O nosso amor tem brilho
vou ver o teu sinal

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A liberdade tem preço.

Possibilidades de escolha são múltiplas, infinitas. Nunca foram tantas e nunca o ser humano esteve tão indeciso. A ruptura de padrões parece ser uma constante, mas um tanto sem fundamento legítimo. Escolhe-se o novo só pelo novo, rompendo-se com o anterior, o antigo, sem maiores considerações. A criação é uma necessidade urgente. É preciso criar, criar e criar. Mas, aonde chegaremos? E o que fazer com o já criado e ainda não utilizado? Bens, conceitos, idéias, projetos, tudo sempre novo. A reflexão sobre o já existente comparativamente com a novidade vem trazer uma certa dúvida, um novo questionamento. Importa, contudo, a liberdade. Porque nem o novíssimo, nem o mais arcaico ou o conservador serão perfeitos para todos. Há que se ter o direito de escolha e o também direito de escolher errado, às vezes. Ninguém pode se arvorar o direito de escolher pelo outro. Mas a liberdade tem um preço: o preço da responsabilidade.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

DE MÃE PARA MÃES

Mãe-agricultora, que vai plantando as sementes do bem...
Mãe-professora, que ensina os caminhos da vida...
Mãe-médica, que cura até as feridas da alma...
Mãe-advogada, que defende os filhos dos perigos do mundo...
Mãe-engenheira, que constrói pontes de afeto...
Mãe-bancária, que só não economiza incentivos...
Mãe-contabilista, que faz as contas fecharem no fim do mês...
Mãe-secretária, que agenda, relembra e faz cumprir compromissos...
Mãe-operária, que produz a riqueza da dignidade no trabalho...
Mãe-religiosa, que ora a Deus pelos filhos...
A profissional e a mulher se confundem para dar origem a um novo ser. O novo ser é a mãe e não o filho. O filho sempre existirá, a mãe talvez... Haverá mãe que não desempenhe o seu papel? Sim, haverá... Isto não é tão poético como desejaríamos, mas é real. Porque ser mãe, hoje mais do que nunca, é opção. E acima de tudo uma opção de coragem. Não basta dar a luz o filho. Há que se amá-lo, cuidá-lo, há que se educá-lo. Proteger, mas antes e também conduzi-lo ao caminho do bem. Ensinar que existem direitos, mas também existem deveres. Que o mundo não está aí para servi-lo, mas aguarda a sua presença e a sua ação transformadora, com integridade e lucidez.
Mãe do filho que ri, do filho que chora e do filho que adora...
Mãe do filho trabalhador, daquele que sonha e do que realiza...
Mãe do filho ausente, do filho preso, do filho surpresa...
Mãe do filho doente e daquele que já partiu...
Mãe jovem, mãe idosa, mãe pobre, mãe rica, mãe amiga, mãe voluntária, mãe política, mãe ecológica... Há espaço para todas as mães.
Em todas o mesmo traço, o mesmo afago, em todas o mesmo e único amor.
A mesma aflição: perdoem a falta de tempo, a falta de abraço, a falta de espaço, a falta de escolha.
E quando passarem os dias, avançarem os anos e a vida se tornar o presente de cada um, não fique esquecida aquela que, por vezes até nem tinha estudo, mas possuía a maior sabedoria que um ser humano pode alcançar: a do amor puro e genuíno, sem limites e sem distinção que se pode consagrar e oferecer a outro ser humano.
Não há diferença de filhos. Há igualdade entre as mães.

Iara Averbeck

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Gracias A La Vida

Composição: Violeta Parra (poetisa chilena)
lindamente cantada por Elis Regina

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dió dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el oído, que en todo su ancho
Traba noche y dia grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida,que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dió el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto
Gracias a la vida
A ALMA DO JORNALISMO

O dia 07 de abril é dedicado a comemorar-se o Dia Nacional do Jornalista. A data foi instituída em 1931, pela Associação Brasileira de Imprensa, em homenagem ao médico e jornalista João Batista Libero Badaró, assassinado em 22 de novembro de 1830, por inimigos políticos. Na ocasião, sua morte gerou um forte movimento popular que culminou com a abdicação de D. Pedro I, no dia 07 de abril de 1831. Um século depois, em 1931, por conta deste acontecimento a ABI institui o dia 7 de abril como Dia do Jornalista.
De momento o que se discute, porém, é a extinção ou alteração da Lei de Imprensa, em vigor desde 1967. Dia 01 de abril foi colocado em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento de ação proposta pelo PDT, em 2008, que pede a extinção da Lei de Imprensa, por considerá-la uma afronta à liberdade de imprensa, uma vez que a lei tem sido usada para processar jornalistas. Em fevereiro de 2008, por liminar, o STF suspendeu a vigência de 20 dos 77 artigos da referida lei. A votação foi adiada para 15 de abril próximo, ocasião em que será julgada também a obrigatoriedade do diploma para jornalistas.
Com diploma ou sem diploma, o fato é que a informação jornalística ocupa lugar essencial para o pleno funcionamento da democracia, garantindo a cidadania, e estando presente em diversas causas decisivas que podem refletir nos rumos de uma cidade ou nação. Assim, a credibilidade é a alma do jornalismo. Os meios de comunicação devem divulgar fatos de interesse público, com precisão e correção, sendo uma atividade de natureza social, não sujeita a qualquer tipo de censura, respeitados os ditames da ética.
Ao proferir seu voto, pela extinção total da lei, o Ministro do STF Carlos Ayres Britto lembrou que a lei de imprensa criada em 1967, em plena vigência do regime militar, é incompatível com a atual Constituição. Para ele: “Em matéria de imprensa, não há espaço para o meio-termo ou a contemporização. Ou ela é inteiramente livre, ou dela já não se pode cogitar senão como jogo de aparência jurídica. É a trajetória humana, é a vida, são os fatos, o pensamento e as obras dos mais acreditados formadores de opinião que retratam sob todas as cores, luzes e contornos que imprensa apenas meio livre é um tão arremedo de imprensa como a própria meia verdade”.

Parabéns a todos os profissionais do jornalismo que, nos dizeres de Fábio Santana:
• Dedicam a vida a proliferar a informação
• Vivem correndo atrás da informação
• Investigam a fundo seus objetos de estudo
• Apuram a informação conquistada
• Ficam a pensar em novas pautas nos momentos mais inusitados
• Não se limitam a buscar “o que?”, “quem?”, “quando?”, “como?”, “onde?” e “por que?”, mas, principalmente, o “e daí?”
• Atuam com ética, sempre
• Respeitam colegas, veículos, leitores e a própria notícia
• Mantêm a isenção jornalística
• Levam a verdade a público
• Lêem e relêem sua criação antes de levá-la a público
• Enriquecem seu acervo mental
• Aprimoram suas técnicas
• Absorvem conhecimentos
• Produzem com estilo e personalidade
• Se comunicam com as pessoas em todos os níveis
• Cultivam sua rede de informações
• Viram noites trabalhando
• Mas não se esquecem de sua família e amigos
• E, acima de tudo, que são apaixonados pela sua profissão.
Iara Averbeck
A FELICIDADE ANDA POR AÍ

"Dizem que a vida é curta, mas não é verdade.
A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades.
E essa tal felicidade anda por ai, disfarçada, como uma criança tranqüila brincando de esconde-esconde.
Infelizmente às vezes não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando nãos:
a viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa que não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos.
A vida é mais emocionante quando se é ator e não espectador; quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria.
E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.
Esta mensagem é um tributo ao tempo.
Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto aquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro.
Porque a vida é agora...
Não tenha medo do futuro, apenas lute e se esforce ao máximo para que ele seja do jeito que você sempre desejou.
A morte não é a maior perda da vida.
A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos."
Texto: Dalai Lama

segunda-feira, 30 de março de 2009

"A RESPOSTA DE DEUS"

Texto de Chico Xavier

“Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo eu sabendo que as rosas não falam.

Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.

Que eu não perca a vontade de VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...

Que eu não perca a vontade de ter grandes AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...

Que eu não perca a vontade de AJUDAR as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.

Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.

Que eu não perca a VONTADE de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...

Que eu não perca a LUZ e o BRILHO no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos...

Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos.

Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.

Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.

Que eu não perca o meu forte ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...

Que eu não perca a BELEZA e a ALEGRIA de ver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...

Que eu não perca o AMOR por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia.

Que eu não perca a vontade de doar este enorme AMOR que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado.

Que eu não perca a vontade de ser GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é pequeno...

E acima de tudo...

Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois.... a vida é construída nos sonhos e concretizada no amor!”

quarta-feira, 18 de março de 2009

Filosofando sobre “Causa Perdida”


Você sabe o que é uma causa perdida? Existirá mesmo a tal? Poderíamos dizer que existem “causas” e “causas perdidas”? É chamada de “perdida” uma causa em que, a princípio, não se vislumbra chance alguma de se ter um resultado positivo. É aquela que já nasceu morta, por assim dizer. Já outras, mesmo aparentemente perdidas, tem alguma possibilidade de vingar. E vai lá saber como diferenciá-las!
Ocorre que, mesmo sendo considerada perdida a causa, a pessoa tem o sagrado direito de defesa, de lutar até o fim, muitas vezes em busca de um milagre. Advogados são surpreendidos, com certa freqüência, no escritório, com o aparecimento de causas ditas perdidas. Entre as atitudes adotadas pelo profissional, enumeram-se algumas interessantes. Num primeiro momento lascar: “Ah! Isso não é da minha área, vou te indicar um colega que lida com isso.” E passar a bola adiante. Saiu-se bem, não se complicou, não passou por burro, mas o colega indicado vai ficar uma arara... Outra atitude seria ser sincero e dizer claramente ao possível cliente que ele não tem chance nenhuma de ganhar. Que não há nada para ser feito e que ele se conforme, desde já. Tudo bem, falou a verdade nua e crua, mas será que esse cliente volta um dia? Também pode ocorrer que após ouvir toda a história do cliente, o advogado se compadeça e aceite a causa, mais por piedade do que por outro motivo. Mas como não há muito para fazer, pouco se faz e o negócio dá naquilo que já se esperava desde o início: em nada. O cliente fica muito bravo e ainda sai falando mal do advogado que “não fez nada”. Há aquele que nem ouve a história toda e, vislumbrando apenas mais um ganho, já sai dizendo: “Deixa comigo, que eu vou resolver. Não tem erro”. Mas não resolve nada e aí... Tem, ainda, aqueles que ouvindo a história do cliente aceitam a questão como um desafio. Não sem antes explicar todos os prós e os contras possíveis, analisar os diversos ângulos do assunto. Assumem a causa, mas deixam o cliente de sobreaviso: de que há chance de ganhar e chance de perder. De que no Direito não existem milagres, mas que serão exploradas todas as possibilidades. E qual a surpresa quando conseguem reverter a situação, resolvendo o caso! Às vezes, nem o próprio advogado acredita. Mas acontece.
Isso tudo para dizer que no Direito também vigora uma espécie de teoria da relatividade, onde as variantes são inúmeras. Mas as constantes deveriam ser o interesse pela causa, a persistência e o trabalho.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O ser humano e o mundo

É uma questão bastante ampla, mas resumidamente entendo que o ser humano é aquele que busca incansavelmente a felicidade. Esta seria até outra questão, contudo, vamos pensar: aonde quer o homem chegar com todas as suas ações, todas as suas descobertas, seus devaneios e sonhos?
Para mim, o ser humano é um ser em eterna aprendizagem. Mas há aqueles que acham que já sabem o bastante e que gostam de impor suas “verdades”, sem questionamentos, sem possibilidade de reflexão ou de contraditório. Não posso concordar com imposição de conceitos ou idéias. A liberdade de pensamento, o livre arbítrio, são ferramentas exclusivamente humanas. A possibilidade da diversidade de pensamentos, sem conflitos, só enriquece a convivência. O diálogo que se estabelece a partir das diferenças de opinião é criativo e construtivo. O ser humano, nesse ponto, é um ser privilegiado, pois capaz de interagir e transformar a realidade que o cerca. Transformar às vezes para o bem, às vezes para o mal. E esse é um grande desafio: até que ponto a ação humana pode ser direcionada na busca da felicidade?
O que penso do mundo. O mundo é o mundo, suprema redundância simplista. È tão vasto, tão cheio de possibilidades e paradoxalmente, com tão poucas oportunidades para alguns. Importa lançar nosso olhar crítico sobre ele, sem aceitar passivamente tudo o que se apresenta. Há que se questioná-lo incessantemente. Podemos analisá-lo sob inúmeros aspectos: mundo afora, mundo dos negócios, mundo social, mundos, enfim... Mundo é um universo de coisas, é o tudo de uma determinada coisa. O mundo como aquilo que é além do meu eu, exterior de mim, e ao mesmo tempo eu como ser nele inserido. Também posso fazer o "meu mundo e nada mais"... Mas enquanto ser humano é necessário avaliar todas as possibilidades de se interagir com esse mundo que nos cerca.