quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O que há por trás da alienação parental?

O assunto é delicado e preocupante. A síndrome de alienação parental é uma situação em que os laços afetivos entre pais e filhos são prejudicados pela influência de um ou de ambos os genitores. Não deixa de ser uma violência. É o caso de pais que não conseguem superar suas dificuldades sem envolver os filhos. No caso de uma separação, por exemplo, quando o pai ou a mãe incentivam ou até treinam a criança a romper laços com o outro genitor. Até parece mentira, mas por um sentimento de vingança, devido a não superação da ruptura da vida conjugal, a criança acaba sendo usada como instrumento de agressividade contra o ex parceiro. E isso se dá de diversas maneiras: excluindo o outro genitor da vida dos filhos, interferindo nas visitas, atacando a relação entre o filho e o outro genitor e denegrindo a imagem deste. Às vezes decisões importantes são tomadas sem a participação do outro genitor. Se a criança se mostra contente por ter estado com o outro genitor, é alvo de desagrado por parte daquele a quem demonstrou seu contentamento. Na questão da visitação, há um controle exagerado de horários previamente estabelecidos, sem a menor chance de flexibilizá-los. Sem falar na repetição de motivos ou fatos ocorridos entre o casal, críticas à competência profissional e situação financeira do ex-cônjuge, na tentativa de que a criança tome o partido de um deles. Há casos em que a criança é induzida a ser uma espiã da vida do ex-cônjuge. Tudo isto é muito triste e não se restringe à problemática jurídica, indo alcançar a esfera da psicologia e da psiquiatria. A criança alienada guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor, muitas vezes exageradas, inconsequentes e irreais, além de apresentar um sentimento constante de ódio e raiva. Pode ocorrer de a criança se recusar a visitar ou se comunicar com o outro genitor. Com o decurso do tempo tais circunstâncias tendem a se agravar, fazendo com que as crianças vítimas da síndrome de alienação parental fiquem mais propensas a utilizar drogas, apresentar distúrbios psicológicos como depressão, pânico e ansiedade, baixa auto estima e problemas de relacionamento, quando adultas. Especialistas apontam como caminho para solucionar o problema que os pais busquem, sinceramente, compreender o filho, protegendo-o de discussões ou situações tensas com o outro genitor. Também o auxílio psicológico e jurídico deve ser procurado, pois o problema de alienação parental não desaparece sozinho. Lembrando que os filhos precisam de pai e mãe. Podem não ser mais um casal, mas continuarão sendo para sempre pai, para sempre mãe. Disso não há dúvidas.

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