sexta-feira, 30 de abril de 2010

Trabalho: direito, obrigação ou realização?

O que dizer? Que bom seria se refletir pelo Dia do Trabalho nos levasse a uma resposta perfeita. Muitas análises e estudos foram feitos ao longo dos tempos, para explicar a evolução e a importância do trabalho. Na história da humanidade, muitas vezes o trabalho foi tido como castigo. Por isso, vem associado, algumas vezes, a aborrecimento.
O trabalho pode ser entendido a partir dos conceitos econômico, filosófico e jurídico. O conceito econômico de trabalho, na visão de Francesco Nitti, é “toda energia humana empregada tendo em vista um escopo produtivo”. Filosoficamente falando, trabalho vem a ser toda atividade realizada em proveito do homem. É todo o esforço humano, consciente e voluntário, no sentido de realizar um fim de interesse do homem. E o conceito jurídico, formulado por Carlos Alberto Barata e Silva, refere que “é a atividade humana aplicada à produção”, sendo que esta atividade deve ser prestada em favor de outro sujeito, em troca de uma retribuição, de modo a importar numa relação jurídica entre os dois sujeitos. Nesta relação bilateral, intersubjetiva, repousa a importância do trabalho para o Direito.
Se, porventura, for encarado apenas como um meio de sobrevivência, de tirar o sustento, pode vir a ser comparado com sacrifício. Contudo, verifica-se que pelo trabalho o homem desempenha o seu grande papel, o de transformar, criar e realizar. Todo o progresso alcançado até hoje pela humanidade é fruto do trabalho. A estagnação, a falta de trabalho traz desesperança e humilhação. A força presente em todas as criaturas humanas clama por aproveitamento. É uma oportunidade de crescimento, uma lei da natureza.
Poetas já escreveram versos dedicados ao tema, como Gonzaguinha: “Um homem se humilha se castram seu sonho, seu sonho é sua vida e a vida é trabalho. E sem o seu trabalho, um homem não tem honra. E sem a sua honra se morre, se mata. Não dá pra ser feliz... Não dá prá ser feliz...”
Não dá mesmo.

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