Há duas maneiras de ser ver as coisas: uma com os olhos e a outra com o coração.
A primeira está ligada a nossa mente, portanto julga com facilidade. A segunda está voltada para o sentimento e acolhe o que vê com maior amorosidade. Ir para a Índia é olhar sem julgar, acolher para poder compreender, é perceber que na pobreza existe uma riqueza e vice versa. “Miséria existe em qualquer lugar, mas lá é possível perceber o quanto a espiritualidade dá suporte para a falta do alimento da matéria. Enquanto que aqui a matéria não nos dá suporte para nossa espiritualidade”. As impressões são de Mariam Shahin, terapeuta corporal sapiranguense, que esteve na Índia no período de 1º de dezembro de 2009 até 14 de janeiro de 2010. Mariam dedicou-se ao estudo da Ayurveda, viveu no ashram (templo onde se prioriza a interiorização e a meditação) de Sai Baba. A Medicina Ayurvedica foi desenvolvida há mais de 5.000 A.C. seu propósito é de promover a saúde através do equilíbrio da mente, do corpo e do espírito. Sua prática engloba meditação, Yoga, massagem e nutrição.
Segundo ela, na viagem foi possível perceber que estar em si é fazer uma coisa de cada vez, assim vivem os indianos. Aqui no ocidente é muito fácil se desconectar de si com tantas atribuições que se tem na vida moderna. Esta correria diária a faz pensar que as pessoas vivam como se buscassem algo que há muito perderam. Na sua visão as pessoas estão buscando este “algo” fora de si, enquanto deveriam iniciar suas buscas no seu interior. Há uma melhor conexão com Deus quando se está presente “em si”.
Na Índia convivem as mais diversas religiões, na qual destacou os muçulmanos que possuem o hábito de orar cinco vezes ao dia. “Quantas vezes ao dia nós rezamos ou nos interiorizamos? E em que momentos nós dissemos obrigado Deus?”
Mariam percebeu o quanto somos felizes, pois podemos escolher comer, e o que comer, beber, tomar um banho por que abrimos as torneiras e delas jorram água. E quantas pessoas no mundo inteiro não tem estas opções.
Ela relata uma experiência que teve com duas crianças que mendigavam na rodoviária de Puttaparthy. A foto demonstra o brilho no olhar e a alegria em terem sido fotografados. A alegria vem por que alguém os percebeu não com o olhar que vem da mente, mas com olhar de quem acolhe seu semelhante. Mesmo que eles jamais possuam uma foto sua impressa, existe uma felicidade, por que alguém os percebeu e os valorizou. Isto parece ser tão pouco, mas nunca saberemos a real dimensão de nossos pequenos atos. Mariam afirma ter reaprendido com estas duas crianças que é nas pequenas coisas que encontramos os verdadeiros valores e o seu real significado.
Finaliza dizendo que “não há necessidade de se ir até a Índia para perceber o mundo que nos cerca, basta abrir os olhos para vermos e sentirmos uns aos outros e reconhecer Deus em tudo, e agradecer pelo que temos de mais sagrado: a nossa vida.” “Ama a tudo e serve a todos” (Sathya Sai Baba)
sábado, 20 de fevereiro de 2010
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