Você já sentiu algum dia na vida que está desviado de sua missão? Aliás, você já sentiu algum dia que tem uma missão? Não precisa ser religioso ou ter fé para ponderar sobre isso. Ou você jamais se questionou sobre o assunto e nem pretende fazê-lo? Bem, é uma escolha e ainda bem que todos são livres para apreciar como quiserem.
O filme Nosso Lar fala de um lugar onde a alma descansa. Verdades ou conceitos universais diluídos ou incrustados em histórias de cinema não é novidade. Avatar é outro filme que traz isso, porém de uma forma mais lúdica. Sua aceitação parece ter sido maior do que Nosso Lar, pois este último é visivelmente voltado à doutrina espírita e a questão religiosa como pano de fundo sempre deu origem a polêmicas.
Coincidentemente ou não, esta semana recebi um e-mail que trazia um diálogo entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e Dalai Lama, num intervalo de uma mesa redonda em que ambos participavam, sobre o tema religião e paz entre os povos. Leonardo Boff pergunta, com certa malícia, ao líder religioso tibetano: “qual é a melhor religião?” Esperando ouvir dele um elogio ao budismo ou às religiões orientais, o teólogo surpreendeu-se com a resposta: “a melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz melhor.” Ainda perplexo Boff pergunta: “o que me faz melhor?” A resposta do Lama: “aquilo que te faz mais compassivo, aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... Mais ético... A religião que conseguir isso de ti é a melhor religião...” Diz Leonardo Boff que se calou maravilhado e que até hoje está ruminando a resposta sábia e irrefutável.
Um portal e um homem. É de missão e de recomeço que fala o filme Nosso Lar, baseado no livro do mesmo nome, de autoria de Chico Xavier. Não pretendo entrar no mérito religioso do assunto, penso que a principal mensagem do filme é essa mesma de que temos uma missão nesta vida e se não nos colocarmos a caminho para realizá-la, não conseguiremos alcançar a felicidade.
Aquela mensagem eletrônica de que falei antes ainda conclui: “o Universo é o eco de nossas ações e nossos pensamentos.” E eu, humildemente, acrescento que o significado de missão tem bastante ligação com a consciência de cada um.
sábado, 25 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
A baleia e o tigre
Sonhei de novo. E desta vez minha amiga holística não está por perto para me ajudar. Recorro a internet. Ridículo. As teorias sobre os sonhos mais confundem do que ajudam. Aliás, o que vale nos sonhos é a sensação que despertam. Sonhei que uma baleia vinha em minha direção. E vinha saindo do mar e entrando numa espécie de barco onde eu estava. Via ela claramente. Tentava fotografá-la em vão. De repente ela se transformou num tigre que ficava sentado no barco me olhando. Novamente tentei fotografar, mas não consegui. O tigre continuava me observando. Acordei meio impressionada com a baleia e o tigre e a forma como apareceram no meu sonho. Encontrei um site que dizia ser a baleia a representação de parte da alma que não se conhece e a ligação com a parte conhecida. Intuição, capacidade de entender as coisas da vida. Forças emocionais mensageiras das dimensões espirituais. Uau! Se a baleia no sonho era tudo isso não sei... Já o tigre representaria inimigo invejoso e cruel ou perigo. Um aviso para não se deixar dominar por fortes impulsos. Uau de novo! Se devo acreditar nisso tudo, também não sei. Mas sonhos são engraçados, porque causam uma emoção na gente na hora em que acontecem. Por que ficamos sempre com a impressão de que querem nos dizer alguma coisa? Será porque estamos sempre em busca de algo que nos revele um pouco de nós? Estamos meio desconectados de nós mesmos e precisamos de uma indicação de caminho, um rumo, uma explicação talvez? Pois é. Se vamos apenas acreditar no que os manuais de sonhos dizem, não vamos muito longe, porque fica limitado a significados preestabelecidos. Como por exemplo, ficar a imaginar quem seria o tal de inimigo cruel e invejoso. Vai ver, vamos eleger algum desafeto para pagar o pato. Mas se nos permitirmos entrar dentro de nós, mergulharmos fundo em nosso interior, quem sabe não descobrimos algo? Na pior das hipóteses podemos nos confrontar com medos e inseguranças que nos acompanham e nos dificultam a vida. A baleia e o tigre do sonho eram animais grandes e selvagens. Como grandes e selvagens podem ser alguns de nossos sentimentos. E se esses sentimentos que fogem ao nosso controle tiverem tomado a forma de animais apenas para nos mostrar como nos posicionamos diante deles e como nos assustamos com eles? O fato de tentar fotografá-los e não conseguir pode representar o esforço de tentar compreende-los e a dificuldade de captar seu significado. Não sei. Sei apenas que alguns sonhos me impressionam. Ficam na minha lembrança por um dia inteiro. Até que resolvo parar com tudo e pensar, pensar e pensar... Percebo então que não é no sonho que está a resposta, mas na vida real. Que sonhamos com aquilo que vivemos, não importa a forma que tome nos sonhos. Nosso subconsciente é inteligente e abstrai tudo que nos acontece. Grava, recorda, analisa, interpreta e nos devolve em forma de sonho. E aí, durma-se com um barulho desses. Quer dizer, entenda-se os sonhos a partir de nossas próprias experiências, que podem ser muito ricas e interessantes. Prestar atenção em nossos sentimentos e emoções é o começo de um processo de autoconhecimento.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O que nos (co)move
Algumas coisas nos comovem, sem que para isso tenhamos uma justificativa especial. O olhar da irmã Sara ao ver seu animalzinho de estimação dilacerado pelas mordidas de dois cães pit bull, a imagem do menino de quatro anos salvo pela irmãzinha do incêndio que consumiu sua humilde casa, em Novo Hamburgo e algumas cenas do filme Nosso Lar foram acontecimentos que chamaram a atenção nas últimas semanas. O que tem em comum essas situações? Estive me interrogando sobre isso e a conclusão a que cheguei foi que essas três coisas de alguma maneira fizeram pensar na vida. Vida no sentido de nosso tempo aqui na Terra, aquele tempo que nos foi confiado para que realizemos alguma coisa. À irmã Sara, em toda sua tristeza por ter perdido sua cachorrinha atacada pelos cães ferozes, irresponsavelmente soltos nas ruas da cidade, restou o consolo de que a Fofinha salvou uma vida, ao desviar a atenção dos cães ferozes de uma criança que estava por perto. Mas seu olhar era de tristeza, desolação, sentimento pelo que não foi uma simples perda, mas algo violento e ameaçador que vitimou sua pequena companheira com quem passou por tantos bons momentos. As pessoas que estavam junto dela auxiliaram como puderam, em solidariedade com sua dor, e isso foi algo comovente.
A quase tragédia daquele incêndio em Novo Hamburgo, além de apontar para a transitoriedade das coisas mostra o heroísmo de uma menina de 12 anos que corajosamente enfrentou as chamas, sem preocupar-se consigo mesma tendo em mente apenas a necessidade de salvar o irmão, um menino de 4 anos: “eu tinha que salvar ele”. Não houve vacilo nem dúvida sobre o que era mais importante nesse momento. Após o alivio, outra vez a solidariedade demonstrada tornará possível a reconstrução da moradia e a recomposição da família. Contudo, o principal disso é que, em meio ao infortúnio, todos estavam felizes por ninguém ter morrido ou se machucado mais gravemente. A experiência da garota lutando pela vida do irmãozinho, arriscando a sua própria, nos dá a dimensão do desapego e da coragem para resgatar alguém querido. Mesmo sem bens materiais, estar junto dos seres amados significa uma vitória e torna menos difícil o recomeço. Pessoas simples, para quem a vida representa o bem mais precioso, sentiram o calor humano de outras pessoas, desconhecidas até, trazendo-lhes uma nova perspectiva, com doações de roupas, alimentos e materiais de construção.
Então, podemos perceber que aquilo que nos comove é também o que nos move a fazer alguma coisa. A simples comoção por si só não traz beneficio. É necessário agir, seja diminuindo a dor dos que estão sofrendo, seja promovendo o bem em qualquer de suas formas, buscando a verdade, interagindo dentro da atividade de cada um de forma a proporcionar uma melhora na vida das pessoas, enfim, há inúmeras possibilidades.
Ou alguém duvida que a bondade e a justiça fazem bem ao ser humano? Pode ser que não haja recompensas palpáveis, materiais ou imediatas, mas uma consciência leve e um coração feliz não tem preço.
E não sobrou espaço para falar do "Nosso Lar". Fica para a próxima. Uma boa semana a todos!
A quase tragédia daquele incêndio em Novo Hamburgo, além de apontar para a transitoriedade das coisas mostra o heroísmo de uma menina de 12 anos que corajosamente enfrentou as chamas, sem preocupar-se consigo mesma tendo em mente apenas a necessidade de salvar o irmão, um menino de 4 anos: “eu tinha que salvar ele”. Não houve vacilo nem dúvida sobre o que era mais importante nesse momento. Após o alivio, outra vez a solidariedade demonstrada tornará possível a reconstrução da moradia e a recomposição da família. Contudo, o principal disso é que, em meio ao infortúnio, todos estavam felizes por ninguém ter morrido ou se machucado mais gravemente. A experiência da garota lutando pela vida do irmãozinho, arriscando a sua própria, nos dá a dimensão do desapego e da coragem para resgatar alguém querido. Mesmo sem bens materiais, estar junto dos seres amados significa uma vitória e torna menos difícil o recomeço. Pessoas simples, para quem a vida representa o bem mais precioso, sentiram o calor humano de outras pessoas, desconhecidas até, trazendo-lhes uma nova perspectiva, com doações de roupas, alimentos e materiais de construção.
Então, podemos perceber que aquilo que nos comove é também o que nos move a fazer alguma coisa. A simples comoção por si só não traz beneficio. É necessário agir, seja diminuindo a dor dos que estão sofrendo, seja promovendo o bem em qualquer de suas formas, buscando a verdade, interagindo dentro da atividade de cada um de forma a proporcionar uma melhora na vida das pessoas, enfim, há inúmeras possibilidades.
Ou alguém duvida que a bondade e a justiça fazem bem ao ser humano? Pode ser que não haja recompensas palpáveis, materiais ou imediatas, mas uma consciência leve e um coração feliz não tem preço.
E não sobrou espaço para falar do "Nosso Lar". Fica para a próxima. Uma boa semana a todos!
Homens... na cozinha???
Sim, lá estavam eles. De toquinha e avental, sisudos ou brincalhões, atrapalhados, concentrados e comportados, todos metendo a mão na massa. Literalmente. Médicos, advogados, empresários, dentistas, profissionais de diversas áreas, alguns mais jovens, outros mais experientes. O entrevero era grande. Entre panelas, frigideiras, fornos, fogões, bacias e panos de prato os próprios cozinheiros de vez em quando se esbarravam entre si. Preocupavam-se: “será que não vai faltar? Será que vão gostar?” Fui até a cozinha do restaurante do Clube 19 de Julho e fotografei todos eles, como forma de um registro, uma lembrança para a Liga, mas também para servir de prova se alguém duvidar da competência desses cavalheiros, que gentilmente se colocaram a serviço de uma causa nobre. Pela 15ª vez realizou-se na semana passada, dia 28, o jantar anual “Homens na Cozinha”, em benefício da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Sapiranga. O evento é sensacional. Quem já conhece, não perde um. Quem foi pela primeira vez surpreendeu-se com a variedade e qualidade dos pratos. Qualidade esta que tem muito a ver com a energia empregada na sua preparação. Energia da doação, do esmero, do cuidado e do carinho de quem faz algo, alegremente, a favor de quem mais precisa. Porque são cerca de 740 pacientes atendidos pela Liga, em Sapiranga. Como já escrevi em outra oportunidade, todos dependem da atuação da Liga, e esta muitas vezes da boa vontade da comunidade. As voluntárias da Liga, lideradas pela presidente Suzana Margareth Koetz, estão de parabéns pela organização da promoção. Mas dessa vez a responsabilidade maior era deles: Alfredo Reich, Fábio Ely, Jair Mariante, Milton Martins, Antonio Vanderlei Correa, Carlos Volnei Ebling Correa, Marcos Dutra, Cirano D’Carli, José Pinto Rodrigues, Leonardo Mylius, Jacson Gottert, Fábio Haubrich, Saulo Augusto Ludwig, Lucas Gomes, Paulo Alberto Haag, Cristian Moisés Haag, Carlos Eduardo Bobsin, Domingos Pinheiro, Valdecir Mendonça Eloi e Adão Martins. Vinte homens que arregaçaram as mangas e além de doar os ingredientes dos pratos que prepararam e serviram, doaram a si mesmos, submetendo-se sem medo às críticas e aos elogios dos frequentadores do jantar. Gesto bonito, digno de reconhecimento e agradecimento. Parabéns!
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