Num dia de inspiração inventei a seguinte frase: se você não se entrega ao que faz, não conseguirá entregar aquilo a que se propôs. Coloquei a dita frase na minha página do “twitter” e um belo dia vi que minha sobrinha, que está para se formar, a copiou para a sua página, não sem colocar a observação “frase roubada da tia Iara”. Fiquei orgulhosa pelo “roubo”: alguém leu e gostou. E, melhor, acho que entendeu. Então percebi que às vezes temos coisas a dizer e não as dizemos por medo de não sermos entendidos, ou até mal interpretados. Mas são essas percepções, vindas do nada, que às vezes nos acordam para certas coisas...
De fato, há que se entregar inteiramente àquilo que se faz e que se elegeu como meta, para que o resultado apareça. E se entregar significa colocar todo o seu esforço, sua alma e sua intenção nas ações necessárias a concretizar o objetivo. Nem preconceitos, nem mau humor ou má vontade podem desviar do caminho. Aliás, quando temos um objetivo já temos 50% do que precisamos. O resto é empenho, força de vontade e convicção de que vai dar certo. Também nem sempre aquilo que achamos ser o correto ou o ideal vai bater com o que os outros pensam ou esperam de nós. Aí é o caso de fazer como a água do rio faz quando encontra pedras ou obstáculos: contorna-os, mas segue o seu curso.
A entrega pressupõe também que não se fique esperando as coisas caírem do céu, que alguém entregue o “produto” pronto. Isto já é outro tipo de entrega... O que dizer do cientista que passa meses ou anos pesquisando a fórmula para a cura de uma doença? Ou do médico, cuja missão incansável de salvar vidas lhe ocupe todas as horas do dia? Do maestro à procura da nota perfeita, para concluir uma sinfonia? O estudante empenhado em realizar um trabalho de conclusão de gabarito? Entrega.
Tem pessoas que acham que o mundo lhes deve algo. Assim se conduzem e se portam, na certeza de que são merecedoras, por excelência, de toda obra e graça que lhes é destinada, sem que precisem se dispor a qualquer movimento. Difícil que tal posicionamento diante da vida seja vitorioso. Nenhuma conquista é fácil durante o percurso. Implica, muitas vezes, renúncias, esperas, frustrações até.
O mundo não é feito só de corretos, sábios, ou aqueles que nunca erram. É feito também por aqueles que num ato de coragem se dispõe a empreender novas jornadas, mesmo com o risco de não chegar ao fim. São aqueles que se perguntam, diariamente, a cada minuto: estou contribuindo para um mundo melhor? São os que tem dúvidas, medos, mas tem também suas convicções e buscam um sentido para a vida. São pessoas comuns, que vivem suas vidas, mas sabem que o universo é maior e espera pela sua participação. Com entrega.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
Trabalho Infantil
Trabalho infantil é proibido. Está no art. 7º, XXXIII da Constituição Federal e no art. 60 do Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA. Criança tem que estudar e brincar e ponto final. Também realizar atividades que se compatibilizem com seu estado de formação. É lei, é direito: até os 12 anos de idade, a pessoa é considerada criança. De 12 a 16 é adolescente. Portanto, protegida pela legislação que define a idade mínima para o trabalho em 16 anos. Antes disso, e só a partir dos 14 anos, apenas na condição de aprendiz devendo ser respeitada uma série de requisitos. Mas o que dizer daquelas que trabalham num ato de desespero para que a família, os irmãos menores não morram de fome? No Brasil e aqui mesmo, perto de nós, isto é uma realidade. Preferível estar trabalhando do que roubando dirá uma grande parte das pessoas. Mas não é. Qualquer trabalho de menores é exploração. É aproveitar-se da condição da criança, tanto os pais como o eventual empregador. “Isto porque tanto a criança como o adolescente são seres ainda em formação, tanto física, quanto psicológica, intelectual e moral. Logo, as suas atividades prioritárias são aquelas que estão relacionadas diretamente com esse desenvolvimento, como a freqüência a uma instituição de ensino, que propicia capacitação intelectual, e o exercício de atividades esportivas e recreativas, que desenvolvem o raciocínio e podem também propiciar a interação em grupo. Estas atividades devem ser a regra na rotina da criança; o trabalho, exceção.” Palavras do Procurador do Trabalho e Vice-coordenador da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes, do Ministério Público do Trabalho e ex-juiz do Trabalho, Rafael Dias.
Há poucos dias recebi um e-mail de um amigo leitor questionando sobre um interessante assunto: e as crianças que fazem novela na televisão? Às vezes bebês de colo, crianças com cinco, seis anos “trabalhando” em gravações de comerciais ou novelas. Tem até uma menina que anima programa de auditório, trabalhando sextas feiras, sábados e, algumas vezes, aos domingos. E aí? Não é exploração? É bem remunerado, mas será que a exploração tem a ver apenas com o dinheiro recebido ou não? Este assunto dá pano prá muita manga... Ainda mais se levarmos em conta que muitas atuações de crianças em espetáculos televisivos tem mais a ver com a vaidade dos pais, do que com qualquer outra coisa. Aliás, no Brasil, os pais são oficialmente os responsáveis pelos filhos. Ainda assim, dificilmente são punidos em caso de permissão do trabalho infantil, recaindo a mesma sobre quem contrata os menores, na maior parte das vezes.
No tema em questão (menores trabalhando artisticamente), há previsão de que o mesmo possa ser feito, desde que com autorização judicial. A autorização não pode ser geral, mas para cada trabalho específico. Não pode haver prejuízo da freqüência e bom aproveitamento da criança na escola, devendo ser resguardados os direitos de repouso, lazer e alimentação, dentre outros. Tudo bem. Mas e aí, a dúvida persiste. Porque este tipo de trabalho pode, então, ser autorizado e outros não?
Encontramos alguma explicação na literatura jurídica, dizendo que é admitida a possibilidade de exercício de trabalho artístico, desde que presentes alguns requisitos: excepcionalidade; situações individuais e específicas; ato de autoridade competente (autoridade judiciária do trabalho), além da prévia e expressa autorização dos pais ou representantes legais; existência de uma licença ou alvará individual; o labor deve envolver manifestação artística; a licença ou alvará deverá definir em que atividades poderá haver labor, e quais as condições especiais de trabalho. A criança deverá, ainda, estar sempre acompanhada de responsável legal, durante a prestação do serviço e uma parte da remuneração devida deverá ser depositada em caderneta de poupança.
Mesmo com todas estas justificativas, é de se entender a dúvida do leitor. São situações como estas que fazem do nosso Brasil, um país de contradições. Uns podem e outros não. A lei é rígida para alguns e para outros nem tanto. Por outro lado, é de se louvar que a legislação pátria tenha se preocupado em proteger a criança e dar prioridade a questões dessa importância. É conveniente lembrar que crianças e adolescentes, embora com talento e aptidão para as artes, não devem ser transformados em fonte de renda da família. Se a lei é cumprida ou não, isso já é outra história.
Há poucos dias recebi um e-mail de um amigo leitor questionando sobre um interessante assunto: e as crianças que fazem novela na televisão? Às vezes bebês de colo, crianças com cinco, seis anos “trabalhando” em gravações de comerciais ou novelas. Tem até uma menina que anima programa de auditório, trabalhando sextas feiras, sábados e, algumas vezes, aos domingos. E aí? Não é exploração? É bem remunerado, mas será que a exploração tem a ver apenas com o dinheiro recebido ou não? Este assunto dá pano prá muita manga... Ainda mais se levarmos em conta que muitas atuações de crianças em espetáculos televisivos tem mais a ver com a vaidade dos pais, do que com qualquer outra coisa. Aliás, no Brasil, os pais são oficialmente os responsáveis pelos filhos. Ainda assim, dificilmente são punidos em caso de permissão do trabalho infantil, recaindo a mesma sobre quem contrata os menores, na maior parte das vezes.
No tema em questão (menores trabalhando artisticamente), há previsão de que o mesmo possa ser feito, desde que com autorização judicial. A autorização não pode ser geral, mas para cada trabalho específico. Não pode haver prejuízo da freqüência e bom aproveitamento da criança na escola, devendo ser resguardados os direitos de repouso, lazer e alimentação, dentre outros. Tudo bem. Mas e aí, a dúvida persiste. Porque este tipo de trabalho pode, então, ser autorizado e outros não?
Encontramos alguma explicação na literatura jurídica, dizendo que é admitida a possibilidade de exercício de trabalho artístico, desde que presentes alguns requisitos: excepcionalidade; situações individuais e específicas; ato de autoridade competente (autoridade judiciária do trabalho), além da prévia e expressa autorização dos pais ou representantes legais; existência de uma licença ou alvará individual; o labor deve envolver manifestação artística; a licença ou alvará deverá definir em que atividades poderá haver labor, e quais as condições especiais de trabalho. A criança deverá, ainda, estar sempre acompanhada de responsável legal, durante a prestação do serviço e uma parte da remuneração devida deverá ser depositada em caderneta de poupança.
Mesmo com todas estas justificativas, é de se entender a dúvida do leitor. São situações como estas que fazem do nosso Brasil, um país de contradições. Uns podem e outros não. A lei é rígida para alguns e para outros nem tanto. Por outro lado, é de se louvar que a legislação pátria tenha se preocupado em proteger a criança e dar prioridade a questões dessa importância. É conveniente lembrar que crianças e adolescentes, embora com talento e aptidão para as artes, não devem ser transformados em fonte de renda da família. Se a lei é cumprida ou não, isso já é outra história.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
A ARTE DE FAZER UM JORNAL
No dia 01 de junho é comemorado o Dia da Imprensa. A data é sugestiva para se fazer uma reflexão sobre o tema “jornalismo” e também uma pequena homenagem pelo aniversário de quatro anos do jornal A Opinião.
Os fatos da vida são imprevisíveis. Para acompanhá-los o profissional do jornalismo precisa duvidar, circular por entre as fontes sem maiores comprometimentos ou envolvimentos, e, acima de tudo, preservar valores como a ética e a verdade. Isto é o que faz, em parte, o sucesso de um jornal. O veículo impresso de comunicação deve transmitir muito mais do que informações e conhecimentos, deve transmitir o entendimento de tudo isso.
Um jornal depende da confiança pública, já que numa democracia o poder é dos cidadãos. Neste universo diferencia-se o que é notícia de verdade do que só serve para preencher espaço. A realidade é desigual, possui os lados positivo e negativo. A notícia está no curioso, no estimulante, no drama e na tragédia, no que é capaz de abalar estruturas e pessoas e não só no comum, na normalidade, na comédia, no divertimento e no que conforma.
São quatro os deveres básicos do jornalista: a busca da verdade, o jornalismo independente, o dever do jornalista com os cidadãos (não ter vergonha de tomar o partido deles) e, por último, mas não menos importante, o dever com sua própria consciência. Fazer um bom jornal exige tudo isso. Esses ensinamentos são do jornalista Ricardo Noblat, em seu livro “A arte de fazer um jornal diário”, no qual se baseiam também algumas das considerações feitas neste comentário.
A relação de proximidade que se estabelece entre o jornal e o leitor é uma conseqüência de sua credibilidade. Um jornal não pode abdicar de valores que orientam o aperfeiçoamento da sociedade, tais como liberdade, igualdade social e respeito aos direitos fundamentais do ser humano.
Uma presença constante e ativa na comunidade como é a presença do jornal A Opinião é algo que foge à simples publicação de notícias e fatos. O jornal A Opinião é feito com alma e com arte. Feito com a emoção que permeia os acontecimentos da vida. Não se furta a denunciar o que entende necessário,
porém não deixa de se fazer presente nas ações de cidadania, engajando-se nas questões que envolvem a comunidade, priorizando valores como a ética e a democracia. Sempre em busca da verdade, com a liberdade que poucos ousaram conquistar.
Só o decurso do tempo não faz um jornal ficar bom, mas um jornal que é bom inscreve a sua história no tempo, fazendo da informação responsável uma missão.
A comunidade sapiranguense sabe, conhece e leva “A Opinião” no coração! Parabéns!
Os fatos da vida são imprevisíveis. Para acompanhá-los o profissional do jornalismo precisa duvidar, circular por entre as fontes sem maiores comprometimentos ou envolvimentos, e, acima de tudo, preservar valores como a ética e a verdade. Isto é o que faz, em parte, o sucesso de um jornal. O veículo impresso de comunicação deve transmitir muito mais do que informações e conhecimentos, deve transmitir o entendimento de tudo isso.
Um jornal depende da confiança pública, já que numa democracia o poder é dos cidadãos. Neste universo diferencia-se o que é notícia de verdade do que só serve para preencher espaço. A realidade é desigual, possui os lados positivo e negativo. A notícia está no curioso, no estimulante, no drama e na tragédia, no que é capaz de abalar estruturas e pessoas e não só no comum, na normalidade, na comédia, no divertimento e no que conforma.
São quatro os deveres básicos do jornalista: a busca da verdade, o jornalismo independente, o dever do jornalista com os cidadãos (não ter vergonha de tomar o partido deles) e, por último, mas não menos importante, o dever com sua própria consciência. Fazer um bom jornal exige tudo isso. Esses ensinamentos são do jornalista Ricardo Noblat, em seu livro “A arte de fazer um jornal diário”, no qual se baseiam também algumas das considerações feitas neste comentário.
A relação de proximidade que se estabelece entre o jornal e o leitor é uma conseqüência de sua credibilidade. Um jornal não pode abdicar de valores que orientam o aperfeiçoamento da sociedade, tais como liberdade, igualdade social e respeito aos direitos fundamentais do ser humano.
Uma presença constante e ativa na comunidade como é a presença do jornal A Opinião é algo que foge à simples publicação de notícias e fatos. O jornal A Opinião é feito com alma e com arte. Feito com a emoção que permeia os acontecimentos da vida. Não se furta a denunciar o que entende necessário,
porém não deixa de se fazer presente nas ações de cidadania, engajando-se nas questões que envolvem a comunidade, priorizando valores como a ética e a democracia. Sempre em busca da verdade, com a liberdade que poucos ousaram conquistar.
Só o decurso do tempo não faz um jornal ficar bom, mas um jornal que é bom inscreve a sua história no tempo, fazendo da informação responsável uma missão.
A comunidade sapiranguense sabe, conhece e leva “A Opinião” no coração! Parabéns!
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